Boca dos Namorados
A Boca dos Namorados é um miradouro do qual se pode contemplar uma vasta e bela área. A seu respeito 1879, o poeta Joaquim Pestana escreveu: “se subirmos ao grande monte que domina a Boca dos Namorados, teremos uma vista não menos majestosa e surpreendente. Para o sul, à distância talvez de quinze quilómetros, descortina-se, visivelmente a encantadora cidade do Funchal embelezada pelo seu amplo porto, onde tremulam bandeiras e galhardetes de vários nações amigas. Desta soberana eminência, a que dão o nome de Pico dos Bodes, mais aprazível se torna a imponente vista do Curral das Freiras. É impossível descrever-se a comoção que nos causa aquela ingente profundidade, e também dali é curioso ouvir a detonação dos morteiros disparados no chão do Curral. O som que nos parece de uma peça de grande calibre, repete-se pelo eco cinco, seis e mais vezes. O mesmo acontece, dizem, quando se desenrola qualquer trovoada. (...) na Boca dos Namorados assentam, no dia 27 de Agosto, uma insignificantes barracas, improvisadas com pinheiros e louros, onde os romeiros que vêm do Curral, da festa do Livramento, saciam os seus vazios estômagos.
Ainda que a origem da sua denominação seja desconhecida, o poeta acima mencionado refere nos seus escritos que, segundo a tradição " para ali viera um sujeito, por nome Pêro, que se enamorara de uma linda menina chamada Ignez. Como Pêro não lhe pudesse falar a cada momento, em razão de viver separada por aquele abismo, fazia, qual outro Leandro, acordar aqueles vales com o doce nome de Ignez! Que sempre lhe era correspondido com o nome de Pêro!"